Perspetiva-se um menor contributo do consumo privado
O Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ ISEG prevê uma desaceleração significativa do crescimento em cadeia, de 1,5%, no quarto trimestre de 2024, para um valor entre 0% e 0,2%, no primeiro trimestre deste ano. Esta evolução implica um abrandamento do crescimento homólogo, de 2,8% para um valor entre 2,2% e 2,4%.
Perspetiva-se uma recuperação do contributo da procura externa líquida, que deverá ser acompanhada por um menor contributo da procura interna.
A nível setorial, o crescimento expressivo no comércio a retalho e, mais moderado, nos serviços deverá compensar a tendência negativa do indicador de produção industrial. Os indicadores de construção e investimento mostram um registo mais incerto.
O Barómetro CIP/ ISEG dá conta, ainda, da evolução negativa, em fevereiro, dos indicadores de clima e sentimento. Ainda que determinada apenas pela deterioração da confiança no setor dos serviços, esta evolução abre alguma incerteza a curto prazo.
Para Rafael Alves Rocha, Diretor-geral da CIP, o abrandamento esperado para o início do ano não surpreende, uma vez que os bons resultados do final do ano ficaram a dever-se ao impacto sobre o consumo privado de fatores pontuais, nomeadamente as menores retenções na fonte de IRS, ocorridas em setembro e outubro, e o pagamento do suplemento extraordinário das pensões, em outubro. «Desvanecido o impacto destes fatores, é natural que o consumo privado se retraia. Mais importante será aferir em que medida a recuperação do contributo da procura externa líquida e do investimento será suficiente para sustentar o crescimento nos próximos meses».
Consulte o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG de março aqui.

